EDITORIAL: A EFCJ e as coisas nos seus devidos lugares
(Atualizando verdades e demonstrando simples falas sobre a EFCJ)
Última atualização: 02/02/2025, 14h
Um dos temas mais frequentes nas falas políticas de Pindamonhangaba, e de alguns segmentos da comunidade, é a situação da Estrada de Ferro Campos do Jordão, a querida (por muitos) Estradinha. Outros só começaram a se preocupar com a ferrovia quando perceberam ser útil tema para os discursos sobre caminhões de campanha.
Para esclarecer, o melhor possível, à opinião pública em geral. (Possivelmente os políticos vão querem arrancar cabelos no intuito de se posicionarem contrários a essas informações agora passadas ao público, obtidas de fontes da máxima credibilidade).
Sem esticarmos o papo, eis as verdades:
. A EFCJ está em processo para concessão, sendo previstos investimentos para sua modernização e reforma da linha férrea (trilhos, trens e demais equipamentos);
. Esse modal ferroviário foi qualificado no Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo por ser um ativo com alto potencial de aproveitamento turístico, em estreita sinergia com os Parques Estaduais já concedidos (Campos do Jordão e Capivari);
. Os investimentos somam R$ 380 milhões e devem contemplar a revitalização modernizada de 47 quilômetros de trilhos, o Parque Reino das Águas Claras (Pindamonhangaba) e o Museu da Memória Ferroviária.
. O cronograma da Secretaria de Parcerias de Investimentos aponta as seguintes atualizaçoes:
> Finalização dos estudos para redação do Edital de Leilão: prevista para o primeiro trimestre de 2025;
> Apresentação em audiência pública no terceiro trimestre de 2025;
> Após feitos os ajustes oriundos da audiência pública, o Edital será publicado no quarto trimestre de 2025;
> O leilão para privatização acontece no primeiro trimestre de 2026.
> Após essas etapas, salvo atualizações posteriores, o contrato será firmado, entre as partes, no segundo trimestre de 2026.
> As características definidas no portal da SPI são: trem subúrbio e turístico.
Agora, as simples falas:
> Não há, no projeto qualificado, nenhuma possibilidade de a ferrovia entrar em operações antes de todo os procedimentos acima referidos. Simplesmente por conta de o patrimônio estar deteriorado e com tecnologia ultrapassada. Aqui não questionamos responsabilidades pelo atual estado dos equipamentos.
> Não há nenhuma formalização, no contexto do projeto, de um anunciado ramal da Estrada de Ferro Campos do Jordão para atendimento ao bairro Araretama. Textuais falas sobre essa imaginada possibilidade foram ouvidas antes e após a campanha eleitoral em Pindamonhangaba, ditas por membros do agora Poder Executivo.
Esperamos ter colocado as coisas nos seus devidos lugares.
Afinal, reconhecer a verdade não é tão doloroso assim.
Importante é positivarmos as energias para todos saírem ganhando, principalmente quando a ferrovia estiver operando no trade turístico.
Daí, os meios de hospedagem, de gastronomia, os atrativos particulares, as agências de turismo receptivo (com o devido Cadastur), os Guias de Turismo e todos quantos se interessam, efetivamente pela Estrada de Ferro Campos do Jordão, tenham a esclarecida mente de criarem meios de os turistas passarem algum tempo em Pindamonhangaba.
Do contrário, a cidade será tão somente um caminho de passagem para os turistas gastarem fartamente seu dinheiro em Campos do Jordão ou Santo Antônio do Pinhal.
A “simples” reativação da Estradinha não é o caminho para a economia de Pindamonhangaba. É preciso a iniciativa privada acordar para a possibilidade de fazer parte dessa nova história da centenária Estradinha.
Fica a dica.
Marcos Ivan de Carvalho
Jornalista independente, MTb91.207/SP, especializado em turismo
Membro do Conselho Deliberativo da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)
Publicitário, MTb6631/SP