EDITORIAL: Turismo Receptivo exige mais além de ginástica

(Ou: quando é preciso premiar “heróis de campanha”)

Sou jornalista independente, especializado em turismo, não tenho nenhum tipo de conexão comercial ou compromisso com o Executivo ou o Legislativo de Pindamonhangaba.

O momento da gestão do Turismo em nossa cidade é extremamente preocupante, haja vista as sequelas já deixadas nos últimos 8 anos, quando nada evoluiu – na prática – para o fomento do turismo receptivo.

Havia um secretário adjunto sem quase nenhum conhecimento sobre os verdadeiros objetivos para o desenvolvimento econômico da cidade em termos de fazer acontecer a única relação assertiva em turismo: ganha/ganha. Ou seja, quando a gestão e o envolvimento junto aos players do trade acontecem isentos de parcialidade, todos ganham. Desde o pipoqueiro, tradicional em todas as localidades, até o mais conceituado meio de hospedagem.

Nos últimos oito anos somente aconteceram supostos “grandes eventos” em nome da prática do turismo.

Entretanto, nas redes sociais, muito se lia e ouvia a respeito do pouco caso como eram tratados os diversos atores dos vários segmentos geradores de emprego e renda. Principalmente em se tratando dos chamados pequenos empreendedores.

Muito pouco chegou para ser discutido no COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, do qual sou público assistente desde 2017. Tudo já vinha cozido, temperado e servido desde o gabinete da Secretaria Adjunta de Turismo. (Essa fala é minha, não representa o sentimento dos conselheiros do COMTUR).

Como a pressão foi intensa, da parte de muitos setores da sociedade civil, o até então ocupante do cargo foi “preventivamente” afastado, possivelmente com direito a escolher outro confortável assento para se ajeitar em outro vagão do comboio de comissionados.

Estaria solucionado o problema da falta de competência técnica para gerenciar o turismo de Pindamonhangaba?

Não, muito pelo contrário.

Da superlotada nave de “heróis de campanha política” foi sacado um novo gestor para a Secretaria Adjunta de Turismo de nossa cidade.

Absurdamente, ocupará o cargo um profissional especialista em Educação Física, já anteriormente ocupante de cargo idêntico na Secretaria de Esportes.

Como está preciso substituir aquele alvo de muitas críticas e entrave dos sonhos de sucesso de quem deseja melhores destinos para o Turismo Receptivo da cidade, com seu trabalho de cada dia, o prefeito nomeou apenas outro figurante, completamente desconectado das lides do turismo. Respeitados seus conhecimentos enquanto profissional de Educação Física.

Se o anterior gostava de ser única flor no jardim de muitas possibilidades, o atual precisará de muito tempo para entender, inicialmente, o que é turista e turismo.

A não ser que sua presença por lá seja, simplesmente, a passeio, fazendo “por merecer” o dinheiro do povo ao final de cada 30 dias.

Turismo Receptivo, nas cidades bem administradas, pode fazer movimentar a economia, contribuindo para a geração de empregos.

Não pode ser, apenas, cabide de empregos.

Chega de fazer o povo pagar pelo impacto negativo de decisões partidárias.

Simples assim.

Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente, MtB91.207/SP

Membro do Conselho Deliberativo da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)

Publicitário MTb6631/SP

Gestor de Turismo pelo IFRJ/MTur/ME

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