EDITORIAL: Parar de maquiagem e deixar o turismo para quem entende

(Ou: Qual fim terão todas as flores?)

Um amigo meu, dos tempos de Rádio Globo SP, usava o termo “remunerar o macaquinho” como sinônimo de pagar mico.

Mais uma vez a falta de humildade e discernimento levou o nome de Pindamonhangaba para um cenário do tipo leões versus pulga.

Exatamente assim: os municípios de consagrada capacidade na gestão do turismo, com resultados consistentes e reconhecidos, nem se incomodaram com a pulguinha da fábrica de anzóis, haja vista a aguada mistura de interesse político com a falsa certeza de trazer algum troféu para o município.

É perceptível a tentativa de engabelar a opinião pública, com a participação em eventos de grande porte sem a mínima condição de emparelhamento com os demais concorrentes.

Seria como acreditar na viabilidade de um atleta amador competir e vencer uma São Silvestre cheia de profissionais de alta performance.

Não há envolvimento da população nas decisões pelo e sobre turismo. Tudo é maquinado num gabinete no qual o conhecimento técnico é, sem dúvida, relegado a segundo (ou terceiro plano) em nome da visibilidade pessoal, da promoção política de meia dúzia de poucos interessados em fazer a coisa dar certo a não ser para o lado deles.

Resultado: só mais um “certificado” vindo para a cidade, devendo ficar num prego de parede qualquer, geralmente atrás da cadeira de algum eventual suposto gestor de turismo.

Certeza apenas de as despesas de viagem serem pagas pelo cidadão comum e alguma nota “festiva justificante” sobre a grande vantagem de, mais uma vez, não ter sido o Top Destino Turístico, derrotado pelo mesmo concorrente anterior: Socorro, Estância Turística considerada referência em termos da valorização do trade turístico, com participação efetiva da iniciativa privada e de seu Conselho Municipal de Turismo.

Se nada mudar na gestão do turismo da Princesa, apaguem as luzes, fechem as portas, esqueçam as flores...

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista especializado em Turismo ME91.207/SP

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