TURISMO RURAL: Press Trip visita alambique em Bananal
Resgatinho é marca de trabalho em família
Imagine um local bem característico do turismo rural, inclusive com direito a chão de terra, galpão, implementos agrícolas...
Adicione um tanto bom de chuva quase em dias de nova estação.
Desça da condução com a certeza de não ter como deixar de curtir, sentir, a terra molhada abraçando seus pés. Afinal, rural tem tudo e um pouco mais de roça... Até o ar é bem diferente dos escritórios envidraçados e gelados...
No beiral do rancho onde fica a moenda da Resgatinho, fazenda produtora de cachaça em Bananal, a água da chuva escorria e banhava o ar com seu ruído característico, ao tocar um pouco do chão de alvenaria...
Pedro Grande, secretário de Turismo de Bananal, já é tido com "de casa", pelo pessoal da fazenda. Ele faz a apresentação da jornalista Cristina Lira e de Jovita Villela. Não demorou muito todos se enturmarem.
Simplesmente porque jornalista tem a vocação de ser "xereta"...
Rosana, filha de Alexandre Rezende, neta de Afrânio, nos recebe e nos explica sobre o processo de produção, contando sobre a passagem do suco da cana passar pela caldeira, pelas serpentinas, e se condensar, produto final, para engarrafamento.
A alguns metros do local, em um rancho, Alexandre nos recebe e faz a apresentação de algumas relíquias do acervo da fazenda: uma moenda manual, em madeira; placas de pedra vulcânica (antigamente usadas para triturar milho, produzindo fubá); o carro de bois usado pelo pai; uma sela para mulheres andarem sobre o lombo de cavalos.
Afrânio Rezende circulava pelo espaço, trocando prosa com os jornalistas. Falou-nos a respeito da importância da água e como havia captação da mesma, com o uso de uma bomba “carneiro”, a qual funciona sem energia elétrica. “A gente passava pela estrada, levando o gado. Quando ouvia um "téc... téc... téc” era sinal de poder parar e pegar água. Tinha uma “carneiro” por ali”, explicou o experiente trabalhador.
Resgatinho, o nome da fazenda e da cachaça, parece ter sido originado pela forma redutiva de Resgate, outra propriedade a qual existia na região. Mas nada confirmado.
Alexandre nos proporcionou um tempo de degustação da cachaça Resgatinho, inclusive da sua versão top, a “Resgatinho Ouro”. De quebra, o licor Resgatinho e a rapadura produzida pela família.
O estoque de produtos artesanais inclui, ainda, fubá e açúcar mascavo.
Visitamos os tonéis de envelhecimento do produto, mais um pouco dos apetrechos do “museu familiar”, como uma antiga máquina de escrever e algumas máquinas de costura.
A Fazenda Resgatinho atende grupos, com agendamento prévio e, para tanto, recomendamos acompanhamento por Guia de Turismo local, o qual – por vocação – saberá sempre como agendar e promover a visita de grupos de turistas.
Não se surpreenda se, quando menos esperar, uma “esquadrilha” de araras vier para cumprimentar o grupo. Afrânio corta algumas bananas, reúne biscoitinhos e dá o sinal chamando pelas “meninas”.
É um show de beleza colorida.
A Fazenda Resgatinho fica na Rodovia SP64, quilometro 323, em Bananal (SP).
Instagram: @fazendaresgatinho
Nossa visita restringiu-se ao alambique, por conta – talvez – do mau tempo e dos outros locais agendados.
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A reportagem do Canal39 viajou a convite da Secretaria de Turismo de Aparecida, em parceria com a jornalista Cristina Lira e a Guia de Turismo e Gestora de Turismo Maria Jovita Villela..
Texto: Marcos Ivan de Carvalho, jornalista independente especializado em Turismo
Fotos: Edna Maischberger / Marcos Ivan.