EDITORIAL: Continua o bater de cabeças no COMTUR de Pindamonhangaba

Tudo não se resolve em reuniões

Aviso com bastante antecedência:

As opiniões aqui expressas não têm caráter de pessoalidade, são propostas para reflexão.

Ainda, em tempo: não atravesso caminhos, sigo – protegido – o meu caminho e me permito opinar, sugerir e criticar.

Aos incomodados: pode ser o momento de sair do quadradinho confortável...

Vamos ao epigrafado:

Acompanho, há três anos, as reuniões do Conselho Municipal de Turismo de Pindamonhangaba.

Tenho essa garantia legal, haja vista ser necessário o anúncio – com antecedência – da realização de cada reunião. Apesar de a antecedência, no caso do COMTUR de Pindamonhangaba, não extrapolar quatro dias.

O anúncio é publicado num reduzido espaço, na página de editais da Tribuna do Norte na sexta-feira anterior ao evento mensal.

Por certo, pouquíssimas pessoas chegam a ler o anúncio da reunião.

Durante esses três anos, presenciamos discussões inócuas, apresentações pretensiosas, por parte da então Diretoria de Turismo, até fins de 2020.

Acreditávamos ser, o ano de 2021, um divisor de águas para o COMTUR.

Nossa visão “morreu na praia”.

Resumidamente, nesse tempo todo, nenhum projeto de realização nasceu sob a assinatura do COMTUR.

Debates inconsistentes levaram o desejo de a cidade conquistar a classificação como Município de Interesse Turístico a ficar nas gavetas da burocracia, perdeu-se tempo com picuinhas caprichosas, não ouviram muitas orientações nossas.

Aliás, desdenharam – e continuam assim – das nossas falas de querer contribuir.

O Conselho Municipal de Turismo de Pindamonhangaba realizou um chamamento para o preenchimento de algumas cadeiras, por conta de sua vacância devido às ausências. Inclusive dos representantes da gestão municipal.

Montou-se, com pouca publicidade aos setores supostamente representados, um elenco de novos conselheiros, apesar de algumas cadeiras continuarem vazias, por conta da desistência de alguns, comprovada ausência de outros.

Há, até, o discurso por parte da Mesa Diretora do COMTUR, sobre o fato de alguns conselheiros estarem ausentes devido às suas ocupações profissionais.

Por qual motivo se conduziram à representatividade? Ou teriam sido “embutidos no pacote” para serem elementos decorativos?

Mesmo assim, ainda não se tomou o cuidado de trocar as peças e “repor” o estoque...

Em momento algum o COMTUR foi consultado e nem se manifestou, oficialmente, com respeito aos mergulhos administrativos da gestão municipal quanto ao monumento João do Pulo, o “deck” (mais parece uma enorme carroceria) próximo ao portal retorcido (Wolverine) na entrada da cidade.

O tal CIT – Centro de Informações ao Turista, recém-inaugurado com música da Euterpe, no mix de lojas comerciais distante do centro da cidade (ainda shopping) também só mereceu o “sim senhor, seja feita a vossa vontade”, por parte de muitos membros do COMTUR.

Outro CIT, segundo ainda o Departamento de Comunicação, será no Palacete “10 de Julho”. Funcionará aos finais de semana ou o turista precisa vir durante a semana?

Saberiam explicar, neste caso, os frentistas do Posto Ipiranga?

O secretário de Cultura e Turismo parece ter o ímpeto de querer ser o gestor do Conselho, pois sempre envereda para comentar situações tentando fazer analogia com os procedimentos de seu outro departamento, o de Cultura. Podem estar sob a mesma batuta, mas os procederes necessariamente são diferentes.

Por outro lado, o subsecretário “viaja” nas ideias, focando inserir a cidade num sistema de turismo nada receptivo, mas, sim, decorativo. Placas, faixas, folders, e um sem número de “oba-obas” sem a mínima discussão em reunião do COMTUR e esse, à míngua, parece não ter forças ou pé de apoio para se manifestar oficialmente.

Daí acontecem aberrações como a última: não se discutiu, na reunião do mês de maio e nem nas anteriores, nada a respeito da formalização de um projeto para um “1º Festival Gastronômico” a ser realizado no Piracuama e no Ribeirão Grande. Na rede social de um dos estabelecimentos envolvidos fica evidente a parceria do COMTUR.

Aconteceu, tão somente, de se decidir pela realização no bate-papo pós-reunião, sem redação ou registro em ata. Foi mais uma “decisão entre nós”.

Como não houve formalização em reunião, com discussão e votação pelos conselheiros, não é possível – por força da Lei Municipal 6.122/2017 e seus aditivos – a inclusão do nome do COMTUR como parceiro dessa realização.

Nada contra o evento em si, mas, sim, por ser muito cômodo não se decidir nada em reunião e, posteriormente, apor-se no texto de material divulgado pelo Departamento de Comunicação da Prefeitura de Pindamonhangaba apoio do Conselho Municipal de Turismo. A marca do COMTUR está, inclusive, no material de divulgação da programação, acompanhando as do "Novo Turismo Pinda" e "Prefeitura Municipal", conforme mostra a imagem contida neste Editorial.

É notória a falta de consistência nas decisões do COMTUR. Organizam-se comissões temáticas as quais, quando solicitadas a prestar algum tipo de relatório, não progridem em suas falas.

Não cabe, na estrutura do COMTUR, uma representação do segmento de Imprensa Especializada em Turismo. Isto ficou claro em discurso do secretário do Conselho, ao antecipar-se quando da “votação” para aprovação ou não da solicitação formal feita com amparo na Lei.

Estaria o COMTUR de Pindamonhangaba agonizando, quando deveria estar – já há bom tempo – se organizando?

Há uma fala dita, em alguns momentos, de ser por meio de pequenas ações a conquista de realizações. Mas, pelo tempo já decorrido de três anos, não vimos o mínimo progresso do COMTUR.

O prefeito de Pindamonhangaba parece não dar a mínima para o Conselho, apenas se fazendo “presente” em momentos oportunos, sem sair do quadradinho de seu gabinete e, aposto mil contra um, nem se preocupando em saber detalhes de cada reunião. Ainda corre o grande risco de ser taxado como inoperante, por deixar os filtros da gestão trabalharem solo.

Ou, então, está decidido – mesmo – a dar as ordens, por conta de seu capricho em querer ser o “rei da cocada preta” em termos de falso saber sobre o Turismo Receptivo.

Para finalizar: sabiam a possível outra utilização do local onde seria a Farmácia, ali onde era a Casa do Chefe da Estrada de Ferro? Patrimônio tombado, em fase final de restauração, pode vir a servir para outros fins, notadamente da iniciativa privada.

Fica a dica para o COMTUR e outros Conselhos.

Penso e me manifesto assim.

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista Profissional Independente, especializado em Turismo.

Gestor de Turismo

Publicitário

www.canal39.com.br

 

 

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