GASTRONOMIA: a importância de o prato típico estar em destaque no cardápio turístico

Algumas vezes um “simples” inseto pode ser agente de transformação de toda uma comunidade.

A tradição de pratos típicos, em todas as regiões brasileiras, neste nosso artigo, se dá por conta da espetacular e maravilhosa diversidade étnica e gastronômica e das festas, inicialmente religiosas com suas barraquinhas de sabores os mais variados.

Daí, para os festivais regionais, algumas vezes o sucesso contemplou seus organizadores. Entretanto, é no “quadradinho” de cada município a acentuada procura, por turistas e moradores, dos chamados “pratos típicos”.

Em Lagoinha, por exemplo, o senhor Requeijão de Prato é fonte de renda para incontáveis famílias, devido à sua qualidade, resultado do conhecimento oral transmitido por gerações.

Caçapava tem a sua Taiada, produto à base de garapa, com farinha de mandioca e gengibre. Usado, historicamente, pelos soldados de tempos atrás, por ser fonte de energia.

Lá pelas bandas de Bananal, as panelas sobre os fogões à lenha, nos restaurantes ou nas casas rurais, atraem turistas atentos para saborearem a Costelinha Tropeira, carne suína trabalhada no bafo com quirera de milho e quiabo.

Um inseto pode elevar a gastronomia da cidade. É o caso de Silveiras, com sua já tradicional Festa da Içá. Içá em farofa foi o princípio. Hoje, se diversificou muito o cardápio: arroz formigueiro (branco, com içás fritas); pastel de içá; linguiça com içá; feijão tropeiro também... Até cerveja com algo de içá. Mas por lá acontece o almoço tropeiro, durante o ano todo e por ocasião da Festa Nacional do Tropeirismo.

Nas fotos clicadas por Edna Maischberger, acima, algumas variações do uso da içá.

São Luiz do Paraitinga oferece o Afogado, prato à base de carne picada, cozida com mandioca ou batata. A “marvada” pinguinha de barril serve para amansar a água na boca, enquanto não é servido o Afogado, o qual merece a companhia de uma boa cerveja. A farinha torradinha também é charmosa como guarnição.

Cunha, já pelos lados da Bocaina, tem uma carta de pratos incorporando trutas em molhos “secretos”, o cordeiro bastante apreciado. Mas a estrela de muitas preparações é o pinhão. Truta com pinhão na manteiga, acebolada. É uma dica. Numa das pousadas de lá, a Vila Rica, pinhão se transforma em bolo, em compota e outras opções.

Aparecida resgatou, recentemente, o prato tradicional dos romeiros, principalmente daqueles vindos de Minas Gerais: Virado de Frango. A tradição dos romeiros, para sua alimentação durante a viagem e a permanência na cidade, era trazer uma comida preparada com frango ensopado, farinha de milho branca e quiabo ou batata cozida. Durante a viagem, o caldo do frango se incorporava à farinha, fazendo um composto umedecido, com propriedades de saciedade. Era comum, até, os peregrinos utilizarem as mãos para consumir o prato, haja vista ter a consistência de um verdadeiro virado.

Personagem comum, em todas as localidades, é o ilustre Bolinho Caipira. Existe um elenco de receitas sobre como fazer, temperar, rechear. O importante é ser, ele, a atração de bom preço e apreço em incontáveis momentos.

João Deitado é o nome do bolinho caipira de São José dos Campos. Os “hares”, como são carinhosamente chamados os membros da Comunidade Nova Gokula, em Pindamonhangaba, têm a técnica de produzir um delicioso Bolinho de Mandioca com recheio de queijo.

E por aí vai, como diria o cantador de moda de viola, do alto do toco no canto do barracão, “despois da lavra do dia”...  

Proposta

Como você explicaria, ou contaria, o sucesso do prato tradicional de sua cidade ou região? Existe alguma lenda a respeito?

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Marcos Ivan, da Redação do Canal39.

 

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