EDITORIAL: Bilhetes abertos sobre Turismo e Responsabilidades

Como está a gestão do Turismo em Pindamonhangaba...

Pensei redigir uma Carta Aberta. Decidi por bilhetes, com endereços destacados.

Bilhete 01 – À senhora subsecretária de Turismo, Ana Lúcia Gomes:

Durante a reunião do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, realizada nesta terça-feira, 10, questionei sobre a Lei 6.122/2018, indispensável na consolidação da documentação do PDT – Plano Diretor de Turismo de Pindamonhangaba, atualmente em mãos do GMIT – Grupo Técnico que analisa os projetos de Lei, apadrinhados por deputados da ALESP.

Além dessa Lei, que foi tratada posteriormente sem a sua presença, a senhora fez uma apresentação a respeito de ações já formatadas, “que a gente” (segundo sua fala) vai realizar dentro do possível, por ser ano eleitoral e nós não queremos atrapalhar ninguém...”” Citou, também e nominalmente, alguma verba oferecida pela única vereadora da cidade em benefício do turismo.

As ações, também questionadas por um nobre conselheiro, não tiveram participação do COMTUR, fato por nós destacado.

Daí recebi sua resposta, extremamente exaltada: “Marcos, você vem aqui, fala muito... Cadê o projeto que você fez para a cidade de Pindamonhangaba? Cadê a verba? Você trouxe alguma?”.

Como se um cidadão comum, com o intuito de contribuir com informações, fosse obrigado a oferecer dinheiro para o turismo funcionar. Lembrando: nenhum parlamentar tira dinheiro do bolso. Usa dinheiro público, legalmente. Porém, não deve se promover às custas disso.

Bilhete 02 – Com o mesmo destino, para breve resposta:

A senhora não tem o direito de me subestimar e de tentar jogar o Conselho contra um cidadão interessado em contribuir com ideias e, principalmente, informações preciosas, para o bom sucesso do mesmo. Isso ficou patente por parte do senhor Secretário de Turismo e Cultura.

Não tenho autoridade política para negociar verbas impositivas, com selo nominal dos seus negociadores. Mesmo se assim fosse, em momento algum eu citaria isso em uma reunião de um Conselho Municipal o qual precisa ser apolítico e apartidário. Ao defender a necessidade de citação nominal, a senhora tomou partido, em época de pré campanha...

Lembrando, também, o fato de a senhora não estar mais membro COMTUR, por conta de mais de 6 ausências.

Bilhete 03 – A todos envolvidos com o trade turístico e ao povo de Pindamonhangaba:

O PDT de Pindamonhangaba não está analisado ainda, não há previsão de análise, está com deficiência documental incansavelmente apontada por nós. Para terem uma ideia, a própria Lei 6.122/2018 que rege o COMTUR não consta do referido documento e, mesmo assim, não compatibiliza textualmente com o modelo estabelecido, disponível no site da Secretaria de Turismo. Estão correndo para fazer com que chegue até os técnicos responsáveis pela avaliação. Há todo um trâmite para isso.

Bilhete 04 – Aos vereadores da cidade:

Segundo consta, os senhores receberão para discussão e votação, um aditivo à Lei citada no bilhete nº 03. Atentem para o aditivo, elaborado com urgência e enviado pelo Administrador Municipal, e, também, para o próprio texto legal existente. Os comparem com o modelo disponível no site da Secretaria de Estado do Turismo. Para não correrem o risco de, logo mais, darem a cara a tapas para nova retificação. Há itens no modelo, indispensáveis, os quais foram, talvez, “esquecidos” na redação da citada Lei. Lembrando: os senhores aprovaram a Lei, talvez sem o conhecimento de a mesma, necessariamente, estar sedimentada em modelo a ser observado por todos os municípios candidatos.

Bilhete 05 – Também aos vereadores e assessores comissionados:

Dediquem bom tempo lendo o PDT de Pindamonhangaba que está no site da ALESP, não aquele texto possivelmente em seus arquivos.

Acidentalmente, está postado “de ponta cabeça”, mas é perfeitamente legível. Talvez demande alguma ginástica. São pouco mais de 410 paginas. Parece-me que, quando da votação e aprovação, não chegavam a 300 páginas... Se prestarem atenção, a Lei do COMTUR, ainda constante lá, é de 1997, assinada pelo então prefeito Vito Ardito e revogada por Lei aprovada pelos senhores e, por não estar no PDT, não está considerada, ainda... Observem, também, os disparates por lá existentes. Um só, para se assuntarem: Previsão de público para um espetáculo de aniversário da Corporação Musical Euterpe, no Teatro Galpão: 10 mil pessoas. A lotação do local é de 221 assentos...

Bilhete 06 – A todos os segmentos de representação que desejarem indicar membros para comporem o COMTUR, por conta de muitos desligamentos ocorridos em virtude de faltas constantes dos membros: indiquem pessoas interessadas, voluntárias (não há salário), com tempo disponível para contribuírem com ideias, projetos, avaliações e participação em grupo. Não precisam disponibilizar verbas impositivas. Essas já são compostas pelos impostos pagos por todos.

Bilhete 07 – À atual presidência do COMTUR:

Por favor, a secretaria do Conselho precisa ser ocupada, para não haver acúmulo de funções. Temos alertado sobre isso, também... Bom é aproveitar, agora, com as novas “caras” chegando, organizar o Conselho adequadamente. Aliás, lembrando que, no modelo de Lei, destaca-se a necessidade de registro das atas de reuniões.

Bilhete 08 – Ao prefeito de Pindamonhangaba:

Desde antes de sua posse nos dirigimos a Vossa Excelência com a preocupação de tentarmos valorizar nosso voto. Faltou a recíproca, em todos os momentos nos quais poderia ser possível somarmos nossos conhecimentos profissionais, e de cidadão, para produzirmos informações compatíveis com a verdadeira realidade da cidade. Infelizmente, houve descaso, mesmo quando destacamos não termos o mínimo interesse em compor o quadro de seus comissionados.

Por isso, ficamos confortáveis na recomendação final:

Se o senhor pretende, realmente, oferecer a Pindamonhangaba um perfil de cidade capacitada, qualificada e apta a ter um verdadeiro receptivo turístico (essa é a chave: receptivo turístico), busque ouvir os membros do COMTUR. Não lhes feche as portas. Não se oriente, apenas e tão somente, por sua equipe do Departamento de Turismo. Permita, aos cidadãos comuns e envolvidos com o trade, terem fala de valor e merecedora de respeito. Nos últimos dias, representantes do COMTUR tentaram uma audiência e não foram, até o fechamento destes bilhetes, atendidos. Falta de tempo ou de interesse?

Do contrário, o turismo da cidade não conseguirá se organizar somente com eventos formatados pelo seu pessoal. Há necessidade da manifestação daqueles com poderes consultivos, deliberativos e fiscalizadores: o COMTUR – Conselho Municipal de Turismo.

Não é possível desconsiderar-se a redação modelo de lei, disponibilizada no site da SETUR-SP. A não ser por conta de o COMTUR não poder, mesmo, ter voz e vez, merecendo o respeito devido a voluntários comprometidos com uma causa.

PS: Ainda à subsecretária de Turismo: O final de ano pode ser a solução para muitos medos...

Respeitosamente,

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista Profissional Independente, MTb36001

Gestor de Turismo

Diretor do mix Canal39 - Site e Rádio Web, especializado em Turismo e Cultura.

 

 

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