EDITORIAL: Dinheiro para os MITs não sai sem a tarefa bem-feita

(Ou: Quem não soltou foguetes nem alardeou, mico não pagou!)

Com a aprovação, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, da proposta para classificação de mais 70 cidades para a categoria de Municípios de Interesse Turístico, muitos oportunistas fazedores de festa por qualquer motivo “deram com os burros n’água”.

Nesse time, favor incluir prefeitos, vereadores, conselheiros municipais de turismo, muitos comissionados e um outro tanto de assessores de coisa nenhuma, nomeados para ocupar cabides no armário da bagunça com o dinheiro público fizeram o maior carnaval fora de época.

Era um tal de dizer que o turismo da cidade agora iria decolar, que haveria dinheiro para arrumar estradas, que o município passava a um patamar mais elevado no segmento do turismo receptivo.

Meio muito esquisito tudo isso, pois temos ciência de que muitas cidades nem têm seu COMTUR atuante, com reuniões esporádicas, muitas ausências, sem projetos ou objetividade.

E é o COMTUR que soma, no placar geral das avaliações técnicas, um terço de toda a pontuação.

Com a nota postada na rede social @turismoestadosp fica toda a explicação: a moçada do oba-oba vai precisar trabalhar muito para não ficar a ver navios.

Traduzindo: vem aí o ranqueamento de 2027 e é preciso muita atenção, muito trabalho responsável e comprometido com a população de cada município.

Exatamente assim: todos que desejarem fazer acontecer o turismo receptivo precisarão respeitar o dinheiro público e dar, aos munícipes, a real sensação de pertencimento aos projetos de crescimento no turismo.

Para encurtar o papo, leiam a nota postada, principalmente o último parágrafo:

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou na semana passada a titulação de 70 novos Municípios de Interesse Turístico (MITs). A lei agora aguarda sanção do Governador.
Com a aprovação, São Paulo passa a ter 214 MITs, que podem disputar – mediante o ranqueamento realizado a cada três anos - os recursos do Dadetur, vinculado à Secretaria de Turismo e Viagens, para projetos de infraestrutura turística.
Os 70 novos municípios ainda não terão acesso imediato aos recursos. Para isso, precisarão participar do próximo ciclo de ranqueamento, em 2027. ”

Não foi por falta de aviso, ou de explicações, nós sempre alertamos que turismo é coisa séria!

Marcos Ivan de Carvalho

Jornalista especializado em turismo

Membro do Conselho Deliberativo da AMITur (Associação Brasileira dos Municípios de Interesse Cultural e Turístico)

Gestor de Turismo pelo IFRJ/MEC/MTur

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