EDITORIAL: É preciso acordar para os sonhos acontecerem
(Ou: Se a responsabilidade é de todos, a política precisa ser assertiva e não interesseira)
O mês de setembro começou com boas novas para os lados de onde o peixe para: Piracicaba.
O pessoal daquele agora Município de Interesse Turístico fez a tarefa de casa, apresentou trabalho e pugnou pelo seu pleito, inclusive com requerimentos em caráter de urgência, por parte dos parlamentares com bases naquela região, conquistou a votação favorável na ALESP e a sanção do Executivo paulista para o elenco de cidades habilitadas a repasses para o fomento do turismo receptivo. (Lei 17.740)
Olhando alguns itens do Plano Diretor de Turismo de Piracicaba (mais de 800 páginas), notamos o empenho dos diversos segmentos da sociedade civil em contribuir para o objetivo ser alcançado.
Por enquanto, vale recomendarmos atenção dos setores competentes na condução de toda a documentação capaz de instruir cada detalhe do Projeto de Lei pela candidatura de um município ainda não avaliado e o constante acompanhamento, pelos representantes do Executivo municipal e do COMTUR de cada cidade, no sentido de um amplo tráfego de informações junto ao gabinete do parlamentar patrono do pleito.
Estamos quase na sala de espera das eleições de 2024 e, certamente, acontecerá, da parte dos políticos municipais, verdadeira corrida aos gabinetes dos legisladores estaduais, no intuito de se obter benefícios capazes de os identificarem merecedores de nova oportunidade, para quem estiver exercendo o cargo na edilidade de sua cidade.
Com isso, vale muito abandonar verdadeiramente o egoísmo e a promoção pessoal, mergulhar de cabeça esclarecida nos anseios de se obter melhores condições para o bom funcionamento da indústria sem chaminés, como é chamado o Turismo Receptivo de cada município.
Quando citamos “cabeça esclarecida” é preciso o legislador efetivamente alcançar nos arquivos legais o texto integral do Plano Diretor de Turismo (de preferência o Revisional, o qual é mais atual) de sua cidade. Recomendamos isso por termos absoluta certeza de o PDTR não ter sido lido por muitos dos vereadores e, mesmo assim, ter sido votado e aprovado por todos.
Especificamente para os onze legisladores de Pindamonhangaba, recomendável é lerem, se envolverem e se comprometerem em não deixar escapar a possibilidade de o município vir a ser classificado, passando a merecer repasses para o fomento do turismo. A palavra é essa: comprometimento, sem nenhuma pessoalidade.
O mesmo recomendamos aos integrantes de todo o trade (leia-se SOCIEDADE CIVIL) e, se ainda estiver atuante e completo, os senhores conselheiros do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo de Pindamonhangaba.
Vem aí, antes da dobra de mais um ano, o tão esperado (e temido por muitos) ranqueamento dos municípios turísticos. Por meio dele, devem cair Estâncias para MIT, subir MITs para Estância; serem classificados novos MITs.
Atualmente, pela proposta vigente e oficial da ALESP, existem mais 24 vagas a serem preenchidas, devendo o total de MITs passar de 140 para 165. O quadro só muda se a ALESP ampliar o número de vagas e isso depende tão somente das tratativas no Legislativo.
Mesmo assim, há a possibilidade de muitos municípios virem a ser classificados como “de Interesse Turístico” sem terem direito ao repasse dos recursos distintos em orçamento e sob aprovação de projetos avaliados tecnicamente pelo DADETUR – Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos.
A recomendação é para todos os interessados em promover o turismo receptivo em seu município dedicarem especial carinho e atenção para esse momento, esquecendo o colorido das falas e flâmulas partidárias, cuidando do município como verdadeira causa maior.
Recadinho para todos de Pindamonhangaba:
Piracicaba, justificando o nome, puxou a brasa para onde o peixe para. E já é MIT.
Busquem valorizar a fábrica de anzóis, fisguem um MIT para nós e não deixem, apenas, o sonho esfarelar entre os dedos. Não ponham areia nas engrenagens...
Fica a dica.
Marcos Ivan de Carvalho,
Jornalista especializado em turismo ME91.207/SP;
Publicitário (ME6631/SP;
Gestor de Turismo pelo IFRJ
e apaixonado filho adotivo de Pindamonhangaba.