MERCADO: Pets já ocupam 51% das decisões por viagens turísticas

Famílias não querem mais deixar seus bichinhos de estimação enquanto viajam a passeio

Aquela conhecida situação, surgida pela presença de animais de estimação em condomínios residenciais já está, praticamente, solucionada com a adoção de legislação pertinente e, também, pela codificação das normas em regimentos condominiais.

Afinal, todas, ou a maioria das pessoas, apreciam ter um animalzinho em casa.

Porém, quando chega a hora de viajar, com a família, para um tempo de fazer turismo, passear, se divertir, aproveitar férias... Quem cuida do gatinho, dos simpáticos cãezinhos, até mesmo dos “ratinhos” hamsters?

Alguém é capaz de ficar para trás, cuidando dos bichinhos e morrendo de vontade de estar com a família?

Recentemente um site especializado em reservas para hospedagem, o Booking.com, levantou resultados de uma interessante pesquisa desenvolvida por suas equipes. Resumidamente, pelo menos 51% dos turistas só sairão de casa, em 2020, se puderem levar seus pets.

Considerando não apenas essa informação, mas a tendência consolidada de os pets terem lugar, com sua caixinha, no grupo de turistas, há que se destacar a importância de os meios de hospedagem desenvolverem ações para não perderem clientes.

Ainda há, na maioria dos meios de hospedagem, a possibilidade de os turistas se depararem com a observação, nos sites de reservas, sobre “não aceitamos animais”.

É urgente os empresários do trade se atualizarem quanto às normas e leis para a presença de pets em seus estabelecimentos, focarem ações de adaptação, oferecendo serviços compatíveis a essa demanda, ainda reprimida, para não ficarem parados no tempo.

Reproduzimos, a seguir, parte do artigo de Rafael Brais, publicado no site do Ministério do Turismo, a respeito do assunto.

Para revelar um pouco mais desse segmento turístico, a Agência de Notícias do Turismo preparou uma reportagem especial para mostrar como está o mercado de viagens para quem tem pets, com dicas de hospedagem, deslocamentos e a opinião de uma especialista.

O turismo é apenas uma parte desse mercado, que cresce ano a ano. Dados do Instituto Pet Brasil (IPB) mostram que o segmento nacional fechou 2019 com projeção de um faturamento de mais de R$ 36 bilhões. Os números, que ainda não estão fechados, representam um crescimento de 5,4% sobre o resultado consolidado de 2018 (R$ 34,4 milhões). A projeção para 2020 é ainda mais otimista: R$ 40 bilhões. De acordo com dados do IBGE, em 2013 existiam mais de 132 milhões de animais de estimação no país. Já um estudo mais recente, do Instituto Pet Brasil, estimou a presença de 139,3 milhões de pets no país em 2018.

A veterinária Juliana Stephani, fundadora da PETFriendly Turismo, agência de turismo especializada em viagens com animais de estimação, afirma que é cada vez mais comum os tutores fazerem turismo acompanhados de seus pets. E a busca aumenta tanto para viagens nacionais como internacionais. “Os tutores que reconhecem a relação do pet como um membro da família, e na maioria das vezes como filhos, optam por viajarem com seus pets ou não viajarem”, aponta.

Juliana, que fundou a agência em 2018, explica que hoje as hospedagens já estão entendendo essa nova realidade e muitas se adaptam para ter um serviço realmente especial a esses novos hóspedes. Porém, explica ela, existem muitos que dizem que "aceitam pets", mas restringem o animal ao quarto, por exemplo. “Ou seja, aceitar animais não é sinônimo de ser pet friendly. Pet friendly é incorporar o hóspede pet na realidade do sistema de hospedagem. Mas hoje já existem locais que usam isso como marketing: ‘aqui aceitamos seus humanos’”, comenta, entre risos.

Nesse contexto, aeroportos estão seguindo essa ideia e implantando adaptações para receber pets. Alguns oferecem aos passageiros uma área de descanso para os seus bichos, como o terminal internacional de Guarulhos (SP). O local é destinado para os animaizinhos fazerem suas necessidades e relaxarem, principalmente após longas viagens.

Uma medida importante ao planejar a estada com seu pet é pesquisar um local que se adeque ao bicho. Juliana explica que não existe um destino específico para pets, mas sim aquele que mais agrada e se encaixa no perfil da família. “Animais que não gostam de água, por exemplo, não é uma boa opção levar para praias ou lagos. Animais mais velhos ou com problemas respiratórios não devem ir a lugares muito quentes”, orienta Juliana.

HOSPEDAGEM - Outra iniciativa importante é verificar se a hospedagem é a chamada “pet friendly” (na tradução literal do inglês, 'amigo dos animais', expressão utilizada para identificar lugares onde animais são bem-vindos) e oferece serviços que permitem que o pet fique à vontade junto com seus responsáveis. No Brasil, vários meios de hospedagem já se renderam a essa tendência e passaram a oferecer comodidade aos bichinhos.

Algumas redes de hotéis convidam as pessoas a se hospedarem com seus animais. A Ibis, que é “dog friendly”, dá várias dicas em seu site para quem quer levar o pet para uma das unidades da rede. Algumas delas são não esquecer de levar o kit de higiene e verificar se a carteirinha de vacinação está em dia, pois a apresentação é obrigatória no check-in.

Em São Paulo, o Maksoud Plaza passa a receber, a partir deste mês, cães de pequeno porte, que podem acompanhar os donos nos quartos e corredores do hotel. Segundo a diretoria do estabelecimento, a novidade surgiu de uma demanda dos próprios hóspedes, que pediam que seus pets os fizessem companhia.  “Cada vez mais os negócios devem ser inclusivos. Certamente existe uma tendência ainda maior de pessoas viajarem com seus animais de estimação”, observa Carlos Lessa, diretor de Vendas e Marketing do Maksoud.

Para hospedar o pet no local, é necessário realizar a reserva antecipadamente pelos canais de atendimento, via e-mail ou telefone. São aceitos cães de até 10 kg, e a diária inclui uma confortável caminha, comedouro, bebedouro e tapete higiênico. “O turismo pet virou uma tendência, e cabe aos estabelecimentos se adaptarem para atender aos mais diversos públicos, se assim desejarem. No caso do Maksoud, certamente nos adequamos ao mercado. Mais precisamente, às grandes redes que atuam em São Paulo”, conta Lessa.

No momento do check-in, o hóspede recebe todas as orientações, e é necessário apresentar a carteira de vacinação em dia do pet. A circulação dos cães é livre nos corredores, no lobby e na área externa, desde que seja feito o uso de guia. No elevador, o pet deve ficar no colo do tutor. Em áreas como restaurante, lojas, SPA, bar e Fitness Center, a circulação é restrita, mesmo com o animal no colo. As regras não se aplicam a cães-guias.

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DICAS - A Agência de Notícias do Turismo levantou uma série de dicas para que a viagem com seu pet seja a mais tranquila e feliz possível. Confira:

Saúde: carteira de vacinação, vermifugações e antipulgas sempre em dia. Manter a saúde do pet permite - ou não - ao tutor levá-lo para a viagem. É preciso saber a localização de clínicas veterinárias 24 horas no destino.

Identificação: “microchipar” é uma forma de identificação bem útil e comum atualmente. O pet é cadastrado num banco de dados, que pode ser acessado por qualquer veterinário ou agente sanitário, por exemplo. Isso facilita a localização caso o pet se perca.

Remédios: não medicar os animais para tranquiliza-los durante voos, por riscos à saúde do pet. Existem remédios que relaxam e diminuem o enjoo, mas eles são recomendados em viagens de carro ou ônibus. Cada tutor deve conversar com o veterinário para saber a indicação.

Transporte: cada companhia aérea tem suas regras para levar animais, na cabine ou no porão. O mais importante é adaptar o pet à caixa de transporte. Para viagens de carro, recomenda-se cinto de segurança ou caixa própria. De ônibus, sempre dentro da caixinha.

Fonte: PETFriendly Turismo

Edição: André Martins”

Texto de apresentação: Marcos Ivan, Canal39

Foto: reprodução site Sebrae Inteligência Setorial

 

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